Glúten, depressão e intestino: a ligação que nem sempre vemos
- Kate Sotero
- 9 de ago.
- 2 min de leitura

À primeira vista, a depressão e a doença celíaca parecem condições completamente diferentes. Mas cada vez mais estudos revelam uma conexão profunda entre o que comemos e a nossa saúde emocional — em especial, entre o glúten e alguns distúrbios psicológicos.
A doença celíaca é uma condição autoimune em que a ingestão de glúten — uma proteína presente no trigo, centeio e cevada — desencadeia uma reação imunológica que danifica o revestimento do intestino delgado. O resultado? Inflamação crónica, má absorção de nutrientes e sintomas que podem ir de dores abdominais e diarreia a fadiga extrema.
O que nem sempre se fala é que o intestino é o nosso “segundo cérebro”. Cerca de 90% da serotonina, um dos principais neurotransmissores ligados ao humor, é produzida ali.Quando o intestino está inflamado, a produção e regulação desses neurotransmissores ficam comprometidas, afetando diretamente a forma como sentimos, pensamos e reagimos ao mundo. Não é raro que pessoas com doença celíaca ou sensibilidade ao glúten experimentem ansiedade, depressão, irritabilidade ou até “nevoeiro mental” (brain fog).
🌿 Uma visão integrativa para o cuidado
A medicina integrativa olha para esta ligação entre corpo e mente como algo inseparável. Não basta tratar apenas o sintoma físico ou apenas o emocional — é preciso abordar as causas e apoiar todo o organismo.
No caso da doença celíaca ou da sensibilidade ao glúten, para além da alimentação isenta de glúten, é essencial:
Reparar a mucosa intestinal com nutrientes e plantas medicinais como a Aloe vera, a camomila e a calêndula, que ajudam a acalmar a inflamação;
Suplementar nutrientes-chave frequentemente deficitários, como ferro, vitamina D, zinco, magnésio e complexo B;
Apoiar o fígado na desintoxicação com plantas como o cardo-mariano e o dente-de-leão, que também favorecem o metabolismo hormonal e o equilíbrio geral;
Fortalecer o sistema nervoso com adaptogénicos e calmantes naturais como ashwagandha, passiflora ou erva-cidreira;
Incluir probióticos e prebióticos para restaurar a microbiota intestinal, peça central na saúde mental e imunológica.
🧠 Cuidar do intestino é cuidar da mente
Se se sente cansado(a), irritado(a), ansioso(a) ou triste sem motivo aparente, questione: Como está o meu intestino? Muitas vezes, o equilíbrio mental começa no prato e nas escolhas diárias.
Ao alinhar a ciência nutricional, o herbalismo e a visão integrativa, abrimos espaço para um verdadeiro processo de cura — um que respeita o corpo como um ecossistema único, onde cada parte influencia o todo.
🌱 “Quando tratamos a raiz, a flor floresce sozinha.”







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